terça-feira, 16 de outubro de 2012

Valei-me, meu Santo Antônio!

Como vocês já devem imaginar, esse post se trata de Padova, ou Pádua em português, a terra de Santo Antônio, o santo casamenteiro! 

E sim, ela foi escolhida justamente por isso! Afinal, se é mochila pra dois, tem que ter a bênção de Santo Antônio! hahaha

Padova era a cidade no caminho entre Verona e Veneza, e nós queríamos visitá-la por ser uma cidade bem menos turística que as demais que visitamos no norte da Itália. 

E também por ser a cidade onde muitas personalidades da ciência, artes e religião se tornaram mundialmente conhecidas, incluindo Santo Antônio, né!?



Chegamos a Padova já passava das 9 da noite, e o ônibus que nos deixaria perto do hotel já não estava mais circulando. Até cogitamos pegar um taxi, mas nos deparamos com Mercedes, Audis, e motoristas não muito animados pra fazer um trajeto tão curto quanto o nosso, em torno de 10 quadras... 

O jeito foi ir a pé mesmo, com o mochilão nas costas. As ruas da cidade estavam desertas, como uma típica cidade do interior nesse horário.

O dono do hotel não falava nem entendia inglês, e nos pediu pra falar em espanhol, já que o nosso português básico era intragável para o coitado...

Fiquei encantada com o hotelzinho estilo casa da Nona! O hotel se chamava Piccolo Vienna, e ficava num bairro tranquilo de Padova. Trata-se de uma antiga casa de uns 4 ou 5 quartos no andar superior, com banheiro compartilhado. 

Tinha uma pia no quarto, e a louça era bem antiga, mas tudo muito bem cuidado. Havia uma sacadinha com flores e vista pra rua, e cortinas rendadas, bem lindinha. No andar de baixo ficava a recepção, e me parece que a família do dono morava nos fundos. É um hotel econômico, mas achei bem acolhedor. Quem é ou quer ser mochileiro, sabe do que eu estou falando!



Como não tínhamos jantado, fomos até uma pizzaria próxima antes que fechasse, chamada Pizzeria D´Asporto . Eles faziam apenas para entrega, então escolhemos o sabor ali mesmo no balcão e ficamos esperando o pizzaiolo rodopear a massa e sair com ela quentinha do forno pra levar pro hotel. 

Já que nossa fluência em italiano beira zero, a gente escolheu a pizza pelo nome bonitinho e conhecido "Romana", mas acabamos nos dando mal, porque o nome bonitinho se transformou numa pizza de aliche!!! hehehe
Fazer o que, tempero de comida é fome, né? Até que estava boa! Fica a dica: se você não gosta de aliche, fuja de um ingrediente chamado acciughe!!

No dia seguinte, fomos passear pela cidade, até desembocar na Igreja de Santo Antônio. Não sem antes passar em uma loja de ferramentas e coisas de construção para comprar um adaptador. 

Um ponto muito importante em uma viagem a Europa: sempre tenha um adaptador, pois em muitos países você só encontra tomadas com 2 pinos redondos. Pelo caminho ainda nos deparamos com mais uma feirinha de rua, das muitas que vimos na Itália: hora do souvenir!!

Então finalmente chegamos a Igreja de Santo Antônio. Ela foi construída em homenagem ao franciscano muitos anos após sua morte, e hoje abriga seus restos mortais. Logo de cara, na entrada está uma estátua equestre de bronze feita por Donatello especialmente para adornar a igreja. 





O interior é muito silencioso, convidativo a reflexão e a oração. Mas o ponto alto da visita é a sala onde está o relicário com o aparelho vocal do santo, que inclui a língua, e está intacta. Foi descoberta quando o corpo foi transladado para o local, e acredita-se que isso se deve a sua vida voltada a "falar" de Deus e do evangelho.

Para quem quiser saber mais sobre a história dele, é possível assistir a um vídeo bem bacana em um prédio anexo, inclusive em português. Não há um preço afixado, mas é possível fazer doações.

Para comprar souvenirs, ao menos religiosos, é só sair da igreja para encontrar inúmeras barraquinhas. Eu trouxe vários Santo Antônios pras amigas!!

Ali perto fica a Universidade de Pádova, uma das mais antigas do mundo, fundada em 1222, onde Galileo Galilei lecionou Física. Não encontramos nenhum museu lá dentro, então demos uma rápida passada no pátio interno, só pra registrar. 

Na mesma região fica um museu onde ficava a casa do Galileo, porém devido ao horário (uma siesta italiana) estava fechado.






Mais tarde, e depois de comer um nhoque ao ragu, o popular molho bolonhesa no Brasil (Osteria Casa Vino era o restaurante, com menu acessível), fomos a um lugar chamado Capella degli Scrovengni, onde há afrescos do Giotto. 




Era uma espécie de castelo, muito bonito, mas apinhado de excursões escolares. Junte-se a isso nosso cansaço, a mal humorada que ficava na bilheteria e o preço salgado, tiramos umas fotos do jardim e voltamos ao hotel. Hora de pegar as mochilas e partir pra estação de trem, rumo a Veneza!

< Anterior

Um comentário:

  1. Caramba! Eu entendi direito? Vcs viram a língua do Santo?
    Adorei o post! Beijo.

    ResponderExcluir