segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Brasileiros e brasileiros, gafe no deserto

Enquanto o Rodrigo e eu esperávamos o ônibus da Supratours, apareceu um casal de brasileiros. Eles estavam indo para Merzouga também, e enquanto o ônibus não vinha, trocamos algumas experiências sobre o Marrocos.
Eles tinham feito exatamente o mesmo roteiro que nós até ali, com a diferença que os dois tinham ido a Meknes no dia anterior, mas não aproveitaram nada com a chuva que caiu.

Os dois tiveram que cortar um dobrado para se entender com o francês de Rabat, e foi tão difícil a ponto dos garçons terem que trazer a beterraba até a mesa para eles saberem o que tinha no cardápio.

Conversando sobre as medinas, descobrimos que viajantes sem guia são alvo de todo tipo de vendedor, e chega ao ponto de se perder a paciência, como aconteceu com nossos conterrâneos do sul do Brasil.

Por outro lado, eles se divertiram se perdendo pelas ruas sem fim de Fes el Bali, coisa que não fizemos.
A grande diferença entre os dois casais se desvendou na chegada a Merzouga. 

Depois de uma noite fria cruzando montanhas nevadas, chegamos a cidade com 1 hora de antecedência e nem tinha amanhecido ainda.
Já tínhamos lido no nosso guia que a cidade não contava com muitos recursos e nem mesmo caixas ATM, e quanto a isso nos prevenimos, mas...

Assim que o ônibus parou, um gentil motorista de transfer estava a porta, esperando um dos casais brasileiros para ir a pousada quentinha e aconchegante. Não éramos nós! :(

Enquanto os outros dois se despediam da gente e iam tranquilos para um merecido descanso, nós estávamos ali, no meio do nada, numa madrugada fria.
Foi então que surgiu um senhor bérbere e nos ofereceu ajuda. Eu disse que queria sim, e perguntei quanto custava o táxi. A resposta foi bem simples:

-Táxi? Aqui não tem táxi. A gente vai caminhando.

E que opção a gente tinha? O motorista do ônibus disse que tudo bem, que aquele senhor trabalhava ali com frequência, ajudando gente perdida como nós (rsrsrsrs).

E ali estávamos os dois, com os pés congelando, mochila nas costas, andando por uma estradinha de terra no escuro, seguindo um homem que a gente não conhecia.

Dez minutos depois, o dia começava a nascer, e aí sim tivemos um dedinho de sorte: pudemos ver os primeiros raios do sol despontando nas dunas do Sahara! Uma visão incrível, que fez até essa caminhada maluca valer a pena!

Na porta do Kasbah, nos despedimos do nosso guia e lhe demos uma bela gorjeta, afinal, sem ele a gente estaria perdido e congelando no meio do deserto!



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