terça-feira, 11 de setembro de 2012

Milão em um dia

Como disse no post anterior, nossa experiência no vôo da Alitália não foi nada boa, mas teve uma vantagem: pelo fato de o voo ser direto e chegar cedinho, pudemos aproveitar bem o único dia que reservamos para conhecer a famosa Milano.


Como era domingo, a cidade estava muito tranquila e as ruas bem vazias. O hostel que reservamos não era exatamente no centro, e sim num bairro residencial de Milão. Como o orçamento era curto, optamos por um hostel com quarto compartilhado, que é mais barato (nosso quarto tinha 2 beliches), e ainda tinha café continental incluso, o famoso café e torrada com geléia. Infelizmente não lembramos o nome do lugar, mas você vai encontrar vários hostels com o mesmo estilo: um prédio antigo, alguns quartos grandes e banheiro coletivo, como uma casa de família italiana de antigamente.Pegamos um tram até o hostel, depois de nos bater pra descobrir que os tickets do bendito tram eram vendidos na banca de jornal, deixamos as mochilas e fomos curtir a cidade. Claro que o pessoal do hostel nos deu as dicas de que tram pegar e onde descer, e mesmo assim ainda nos perdemos pelas ruelinhas do bairro. Uma  coisa curiosa é que os carros ficam estacionados na rua, já que os prédios são antigos e a maioria não tem garagem.



Vimos no mapa que a nossa primeira parada não era muito longe, e fomos caminhando até a Corso Vittorio Emanuele, uma das ruas mais famosas de Milão, e um bom ponto de partida para conhecer a cidade. É lá que fica a famosa Galeria de mesmo nome, e também na piazza logo em frente o Duomo, uma das igrejas góticas mais bonitas da Europa. Lá na galeria e no entorno você vai ver lojas de diversas grifes internacionais, e até uma loja da Ferrari nas redondezas. Se não puder comprar nada, vale a visita!


Mas já que você está na Itália, não deixe de aproveitar a maravilhosa culinária do país, que sai bem mais em conta que um chaveiro da Dolce & Gabbana. Na própria Galeria há uma sorveteria com o autêntico Gellato italiano, delicioso! Nós nos deleitamos com o sorvete de amarena, enquanto passávamos pelas vitrines de Luis Vuitton e cia.
O Duomo também vale uma visita, tanto no interior quanto no teto, que é possível visitar pagando uma pequena taxa, e de onde se tem uma vista linda do centro de Milão e da piazza.







Como é uma região bem turística, os restaurantes do entorno costumam ser caros, mas sempre há opções para mochileiros como nós! Terra do prosciuto, aproveitamos pra comer um sanduba bem recheado na La Bruschetta, um restaurante com comida a preços populares logo ali, numa praça chamada Piazza Beccaria.

Depois de um breve descanso, fugindo do sol quente do meio dia, fomos até o Teatro La Scala, famoso por suas Óperas, e pela beleza do seu interior. Quando chegamos na entrada, uma fila enorme estava se formando de um ônibus de turistas que acabavam de chegar. Depois que vimos o preço do tour, desistimos de vez, e fomos até o Castelo Sforzesco, que fica ali perto e dá pra ir tranquilamente a pé. É muito bonito, e a entrada é gratuita aos domingos, exceto para algumas exposições temporárias. Algumas salas tem armaduras antigas, armas, espadas, e todo tipo de artigos medievais. Uma das obras que mais chamam a atenção é a Pietá inacabada de Michelângelo, que fica em uma das salas. Os jardins do castelo, assim como o parque do lado de fora, são ótimos para uma pausa ou pra curtir um dia de sol.






Nosso próximo destino era umas das obras mais conhecidas de um dos pintores mais importantes do mundo: a Última Ceia, do da Vinci! Estávamos muito animados pra ver, afinal, é preciso reservar com meses de antecedência para conseguir um ingresso. Dá pra fazer isso pelo site: http://www.vivaticket.it/?op=cenacoloVinciano, com até 3 meses de antecedência. A obra fica numa antiga capela anexa na agora Igreja Santa Maria delle Grazie, uma ativa igreja católica com missas e afins. Já o anexo é repleto de turistas e admiradores de arte, ávidos por ver uma das obras mais reproduzidas de Da Vinci. Chegando lá, no horário marcado, trocamos os bilhetes e ficamos esperando nossa vez. Foi a única vez que nos sentimos entrando em um cofre de banco, tamanha é a segurança e as restrições para a visita. Entramos em um grupo de umas seis pessoas, acompanhados de uma  guarda, que fazia questão de frizar: PROIBIDO TIRAR FOTO! A obra sofreu muitos danos com o tempo, a I Guerra Mundial, que acabou trazendo danos sérios a capela por causa dos bombardeios, e infiltrações gerais. Depois ainda foi reformada, repintada e recentemente uma restauração trouxe os traços originais de Da Vinci de volta a tona. Depois de entrar na capela, a nossa querida vigia, com o humor de uma milanesa, nos avisou que tínhamos 15 minutos para ficar ali. Sentamos em um banco de frente, tentando entender em que ponto a gente se confundiu, já que esperávamos um belíssimo quadro e nos deparamos com um afresco na parede!
O Rodrigo ainda ameaçou tirar a máquina fotográfica, mas a vigia estava atenta.
Bom, se vale a pena? Depende a que ponto você está disposto a ver uma pintura como essa! Pra gente valeu, apesar da surpresa, e do preço, já que é uma oportunidade única.




Depois de um dia cheio, voltamos caminhando até a Piazza del Duomo. Uma bela caminhada, diga-se de passagem. Estávamos exaustos, depois de uma noite viajando e um dia inteiro batendo perna. Resolvemos esperar pelo tram pra voltar pro hostel. Pra quem nunca viu esse tal tram, é uma espécie de trem, ou metrô de superfície, como na foto:


Chegamos ao bairro famintos, e paramos no caminho para comer em um restaurante que estava bem cheio, e o menu na porta era carta branca pra entrar, precinho acessível e lugar legal. Foi a primeira  de muitas vezes que vimos a cena: uma pizza, q no Brasil é média, e serve duas pessoas, era servida como prato individual! Qual não foi o estranhamento do garçom quando pedimos uma só! hehehehe
E estava ótima nossa pizza marguerita com birra (cerveja).
Fim do dia, um proveitoso e agradável domingo de outono, cansados, voltamos pro hostel para descansar e nos preparar para o dia seguinte. Nossos simpáticos colegas de quarto era um casal de colombianos, que aparentavam estar também muito cansados, e saíram no dia seguinte ainda mais cedo que nós.

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Um comentário:

  1. A pintura do quadro é grande? É verdade que parece ser em 3D? (ouvi falar que é muito real para os recursos da época). Beijo!

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